Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Maria Petronilho (registo www.igac- ref 2276/DRCAC - Ministério da Cultura, Portugal)). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
Se eu pudesse! Alberto Caeiro
Se eu pudesse trincar a terra toda E sentir-lhe um paladar, Seria o mais feliz momento... Mas eu nem sempre quero ser feliz. É preciso ser de vez em quando infeliz Para se poder ser natural...
Nem tudo é dia de sol, E a chuva, quando falta muito, pede-se. Por isso tomo a infelicidade com a felicidade Naturalmente, como quem não estranha Que haja montanhas e planícies E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo Na felicidade ou na infelicidade, Sentir como quem olha, Pensar como quem anda, E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, E que o poente é belo e é bela a noite que fica... Assim é, e assim seja...
SE EU PUDESSE!
Arrastava e afogava nos mares do mundo As tristezas que infestam as terras Criadas ou aparecidas para certas coisas
Inauditas como homens-feras Como feras que são mais certas e meigas Do que muitos homens senhores patetas Que pensam que sabedoria requer bibliotecas
Mas persistem de olhos fechados às coisas!
30/12/2002
Enviado por Maria Petronilho em 28/11/2006
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Maria Petronilho (registo www.igac- ref 2276/DRCAC - Ministério da Cultura, Portugal)). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.